quinta-feira, 29 de agosto de 2019

E então...

Minha pergunta foi respondida. Na tarde de ontem, uma aluna morreu. Isso é um evento tristíssimo, uma pessoa que eu deveria conhecer melhor do que conhecia, e que, simplesmente, não consegui nem perceber que poderia precisar de ajuda. A forma como morreu deixa as coisas ainda mais tristes: Asfixiada pelo namorado, que não queria deixá-la livre para terminar o namoro. O pior é que o assassino também é meu aluno.
Ter um aluno feminicida é a prova absoluta de que simplesmente minha experiência nesse mundo não está funcionando. Falhei como professor. Como ser humano. Como ente vivo. A sensação de fracasso consegue ser maior que a tristeza.

quarta-feira, 31 de julho de 2019

Falando sinceramente, não consigo me achar bom. Minha responsabilidade profissional é transformar adolescentes em cidadãos. Gente que nasceu entre 1997 e 2027, para ser específico. Uma geração que ressuscitou o terraplanismo,chama o Olavo de Carvalho de Mestre, acredita no MBL e elegeu o Bolsonaro. Como minha falha poderia ser mais completa?

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Estou cansado de estar cansado.
Queria ser uma pessoa disposta, otimista, daquelas que parecem uma pilha de energia infinita.
Mas nãããooo. Parece que nunca estou com energia e disposição suficientes para tudo que preciso fazer. Quanto mais para o que quero. E lá vão a reforma da casa, a pintura da chácara, o novo experimento, o curso online, o curso presencial, a manutenção dos três carros, a janta da cachorra, tudo feito no atropelo, em cima da hora, sem a atenção que cada uma dessas coisas exige.

domingo, 21 de abril de 2019

Nem sei porque continuo vindo aqui. Deve ser a paz de ver um lugar deserto, e mesmo assim conseguir achar tudo que queria. Gosto de ter onde registrar algo que estou pensando. Na verdade, não gosto tanto de registrar o que sinto, porque quando vejo a necessidade de registrar alguma coisa, o que estou sentindo é medo de ficar com Alzheimer. Queria deixar pelo menos três impressões: 1- No campo de política federal, resumindo bem, o melhor (mas ainda longe de ótimo) presidente que conseguimos eleger continua preso, idoso, solitário. Uma imagem triste, para um fim triste de uma pessoa que, de algum modo, reduziu o sofrimento de várias outras. Fico me perguntando: Qual a utilidade de se manter alguém como ele dentro de uma cela? Ainda que tenha feito várias coisas erradas, não seria mais conveniente uma prisão domiciliar? Uma vez impedido de concorrer a cargos públicos, uma vez expostas de forma irrefutável as provas de sua condenação, não seria o suficiente para evitar que novos crimes fossem cometidos? Para que fim serve esse grau de privação de dignidade? Enquanto isso, dizer que o atual presidente continua tão ruim quanto se possa imaginar é confiar demais no poder da imaginação. Presta-se a papéis ridículos, cerca-se de declarações polêmicas e os atos administrativos que poderiam reverter a grave situação em que o País se encontra são deixados de lado, como o brinquedo mais feio de uma criança mimada, que se fascina em brincar seus joguinhos em redes sociais. Quanto à oposição, que deveria ter muito trabalho detendo-se das loucuras de um governante insano, fica de rusgas e picuinhas contra si mesma. Não dá pra entender (na verdade dá, mas o que entendo é que o povo, que nunca teve muito apoio, nunca esteve tão abandonado à própria sorte)! 2- Sri Lanka sofre atentados terroristas, Notre Dame em chamas. Por mais que seja lamentável a perda de um monumento quase milenar, é ainda mais impressionante como um prédio vazio pegando fogo na Europa vale muito mais que vidas de asiáticos, ou africanos, ou de latino-americanos... 3- Para relaxar um pouco, queria lançar a campanha "adote uma lasanha". Em interesse próprio, a primeira é o GM Monza: Um bom carro, com construção monobloco, tração dianteira, suspensão McPherson na frente e eixo de torção atrás (ou seja, nada muito diferente de um carro que possa ser tirado zero de uma concessionária, mas custando uma fração do preço). Produzido entre 1982 e 1996, com componentes sendo reutilizados em vários modelos posteriores, é um carro bem velho, mas que não apresenta problemas com a maioria dos componentes. Sua potência variava entre 75cv (que você não vai achar, já que esse motor de 1,6 litro carburado vendeu muito pouco e só esteve disponível no primeiro ano de produção) e 116 cv (curiosamente, os últimos Monza, com injeção multiponto, e não uma versão esportiva). A carroceria mais comum é o sedã, vendido como médio na época, mas com tamanho e espaço interno de subcompacto atual. Sinal do tempo em que vivemos, onde excessos são celebrados). O tamanho rende um peso relativamente baixo, aliado a uma potência ainda aceitável pode ser um carro que deixa outros para trás nos semáforos, a menos que seja cometida a loucura de se comprar um carro automático e tente-se andar com ele nos dias de hoje. Mas descanse: Como o câmbio automático deixava o carro muito xoxo, era pouco vendido, e como o conserto do câmbio automático de um monza costuma custar mais que outro carro igual, só veremos versões assim equipadas em exposições estáticas, vendidas a preço de relíquias, não de lasanhas. Uma coisa legal da época era o respeito à liberdade de escolha que as fábricas tinham: Enquanto atualmente um médio da GM só tem opção de cor, na época, podia-se escolher duas capacidades volumétricas para motor (1,8 ou 2,0), sistemas de admissão (carburado, TBI ou MPFI, não no mesmo ano e dependendo da versão de acabamento), várias versões de acabamento e até duas versões de carroceria (duas ou quatro portas, além do hatch, que é mais raro e só foi oferecida nos primeiros anos). Na maioria das versões, sua tocada é mais para confortável que para esportiva, com a quinta marcha longa, limitando ruídos e também a velocidade máxima. O consumo é dentro do esperado para carros da época, com potência e nível de equipamentos similares. Ainda assim, há a fama de beberrão. Uma versão 2,0 TBI à gasolina faz entre 8 e 12,8km/l. Um ótimo primeiro antigo, ou mesmo um bom carro que ainda pode ser usado no dia-a-dia. Monzas Imagem retirada da comunidade Monza Clube.