segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

| Ela começou a arrancar as roupas. Primeiro a saia, em seguida, com mais cuidado, sua blusa de tricô favorita, presente da avó, o top. Quando chegou à calcinha, já estava úmida. Exitou. Estaria fazendo a coisa certa? Mas prosseguiu, estava chovendo e não era bom deixar no varal.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Se você foi sequestrado, clonado, todas suas memórias, exceto as relacionadas ao sequestro foram inseridas no clone, que voltou no tempo ao instante do sequestro e está vivendo sua vida enquanto você de verdade faz parte de algum experimento bizarro... Como você provaria isso?

sábado, 22 de janeiro de 2022

O bom é que ninguém liga. O ruim é que ninguém liga.

Sei que não é exatamente uma novidade, mas aí vai a minha lista de 10 renault que acho legais e que a marca não venderá no Brasil:
1 - Duster 4x4 É um carro que já existiu, unia uma boa capacidade de enfrentar estradas realmente ruins em situações idem, aliado a uma suspensão traseira multilink, que é muito melhor tanto em conforto quanto em estabilidade que o eixo de torção usado nas outras versões. (Teria? Talvez uma usada, acho que a zero estaria fora de meu orçamento.)
2 - Alpine A110 Versão moderna do Willys interlagos e que, basicamente, serve para a mesma coisa: Ser um esportivo pequenininho, leve, que dá pau em Camaro em cada saída de semáforo custando e consumindo uma fração de um muscle car moderno. Sem falar que é lindo!

(teria? Não. é muito baixo para rua de terra e só tem versão automática)
3 - Dokker Um furgão baseado na plataforma Duster/Sandero, vendido na Argentina. Mesma mecânica, suspensões parecidas, simples, espaçoso, bem-feito. Quem já teve um furgão sabe que esse tipo de veículo é tão versátil que até a aparência de tijolo começa a parecer bonito. Quando anunciaram a possibilidade de vinda, em 2018, comecei a juntar uns trocados. Depois gastei furando um poço e, claro, reformando casa, que é a forma mais fácil e rápida de dissipar dinheiro...

(teria? Um dos raros casos que iria tirar na concessionária! Claro que dependeria da Peugeot não lançar a Partner europeia no mesmo preço...)
4 - Twingo A primeira versão desse carro chegou a ser vendida aqui. Releve-se ou compreenda-se a direção levíssima, era um carro muito divertido. Quase um brinquedo que podia ser usado como condução. Pois bem: Há duas gerações desse modelo que só existiram na Europa, uma delas com um motor tricilíndrico traseiro empurrando o minúsculo carro. Ainda que seja feita a concessão às quatro portas, não vejo como isso poderia ser chato. É quase um Fiat 500 com tração no lugar certo!

(teria? Como está mais fácil eu ficar rico do que a Renault trazer esse, posso dizer: Assim que tivesse dinheiro sobrando para um terceiro carro, seria ele!)
5 - Scenic: Essa é ainda mais complicada: Feita no Brasil até 2010, era uma minivan muito interessante: Ocupava a vaga de um hatch médio da época (compacto para os dias de hoje), mas tinha um excelente espaço interno, um grande porta-malas, muita versatilidade, bom acabamento, conforto, e até que não era beberrona ou frágil, tirando o câmbio automático. Mas não era barata, e as gerações posteriores não vieram com a desculpa de que seriam caras demais. A última versão parecia meio feira e grandalhona na Europa, e já foi descontinuada. (teria? Provavelmente não. As últimas versões pareciam muito cheias justamente das parafernálias tecnológicas que quebram e dão má fama aos franceses...).
6 - Espace: Uma minivan gigante, pioneira na categoria e que é uma ótima opção para quem quer o conforto de um sedã de luxo sem parecer que está em um. Como é bastante versátil, poderia haver mercado no Brasil para que gerações mais antigas fossem "depenadas" e desempenhassem funções que hoje são mal executadas por outros modelos de carros: Viatura policial, ambulância, veículo de aplicativo, carro funerário, etc.

(teria? Acho que nem se juntasse dinheiro por um milhão de anos! Mas seria bacana ver figurões andando nela por aí!)
7 - Triber: Prometido para a América Latina, deverá chegar em breve no Mexico, Chile, Argentina e alguns outros países. Provavelmente não no Brasil. Uma ninivan baseada em um SUV subcompacto projetada na India. Menos de quatro metros com a promessa de levar sete pessoas OU muita bagagem. Interessante, no mínimo...

(teria? Talvez. É algo que se for lançado, compensa acompanhar de perto...)
8 - Linha Megane:Incrivelmente, os carros que deram origem à Scenic ainda existem soltos pelo mundo. Na Europa, as versões Hatch, sedã, e especialmente a perua da geração atual estão muito bonitas

(teria? Dependeria de alguns fatores, como preço, qualidade, fazer um test-drive, etc. Mas não seria uma opção ruim...)
9 - Trezor: Ao contrário dos demais, esse só existe como protótipo. Mas é interessante: Um superesportivo Renault capaz de andar junto com Ferrari (formula-1 feelings), reabastecido em tomada e que pode ficar mais rápido se você deixar em condução autônoma.

(teria? Talvez em algum simulador de corridas...)
10 - Captur: Opa, essa aí existe no Brasil! Mas com um problema sério: Usa a mesma base do Duster, os mesmos motores do Duster, até o problemático câmbio automático do Duster, mas custa mais caro, sem oferecer nada real em troca. Por que diabos a dona Renault não aproveita que a base é a mesma e adapta a suspensão multilink da Oroch? Ela daria uma melhorada no carro e daria ao dono a sensação que o gasto extra foi um bom investimento... (teria? Talvez. Mas a mudança da suspensão justificaria a diferença de preços entre os SUVs da marca...)

domingo, 6 de dezembro de 2020

Mas há a mecessidade de escrever.

Em plena pandemia, número de mortos subindo, preso em casa há quase um ano, rotina de trabalho que se resume em ser sufocado por exigências e sufocar os alunos com outras exigências que, sem o apoio para realizar e sem o exemplo dos colegas, dificilmente são cumpridas, um dia-a-dia baseado em evitar contato com qualquer pessoa (se bem que eu já evitava antes…), mantive até agora uma horta e um pomar para evitar idas ao mercado em busca de vegetais frescos, e arranjei alguns minutos diários em busca por lazer. Se não para manter a sanidade mental, para evitar novos tipos de loucura.
E desses minutos de lazer veio a retomada do hábito de assistir animações. Acho uma boa ideia fazer resenhas do que já assisti, para evitar que me esqueça da impressão que causaram. A primeira que desejo resenhar é o desenho indicado pelo pastor Silas Malafaia. Eu realmente viveria normalmente sem saber de sua existência (o desenho, não o pastor), e acho ele uma coisa inútil ocupando um espaço precioso na TV para aumentar sua própria fortuna fazendo a vida de todos um pouco pior (o pastor, não o desenho). Mas, uma vez que fiquei sabendo do desenho e da polêmica que o envolve, o jeito é assistir e tirar minhas próprias conclusões, que seguem abaixo:
Star contra(?) as Forças do Mal:
É um desenho dos Estúdios Disney, o rato que devorou a Raposa do século XX. As “dark refferences”, uma espécie de marca registrada do estúdio estão lá. São uma jogada de marketing que dá muito certo, então lá vai a garota usar chifrinhos, namorar um sujeito do submundo chamado Lucitor, entre outras referências mais sutis, mas nem por isso inexistentes. Outra coisa a se notar logo na abertura do primeiro episódio: Estilo CalArts. Você pode amar ou odiar, mas o fato é: Fazer assim tem duas consequências básicas: Um bom computador e uma equipe reduzida conseguem produzir diversos episódios de animação no tempo em que uma equipe muito maior e equipamentos muito mais caros produziriam poucos segundos de uma animação em outro estilo. A segunda, também decorrente desse baixo custo e alta velocidade de produção: Uma criança de dois anos poderá ver várias figurinhas coloridas se mexendo na tela, sem que o pai precise reprisar o mesmo filme 983116879851x10^21676156 vezes, o que me parece bastante desejável. E ainda que o estilo “bonecos-palito que tomaram LSD e estão se achando” não te agrade, nesse caso, combina com a história e com o que eu imagino que seja o público-alvo primário, de crianças e pré-adolescentes no sul dos EUA. Por alguma razão, penso que crianças menores gostariam do visual, mas não entenderiam a “novelinha”.
Até porque o enredo tem alguns paradoxos estranhos. No primeiro episódio, a primeira coisa que a Star faz é quebrar a quarta parede: Ela sabe que está sendo assistida. E nunca mais fala disso.
Outro paradoxo do primeiro episódio: Ela recebe sua varinha no décimo quarto aniversário, em um dia aparentemente quente, de primavera ou verão. Mas seu décimo quinto aniversário não é comemorado, pois é dia do toco, um feriado anual em que somente a história do tal toco pode ser celebrada. E é inverno. Se as estações não são fixas, como são contados os anos? Como o dia do toco e o aniversário coincidem em um ano e não no outro? Por que diabos ela diz no dia do toco que nunca comemorou o aniversário, se quase explodiu o castelo na festa do ano anterior?
Milho
Todo mundo conhece milho: É o cereal mais produzido no mundo, mas não apenas isso: Ao contrário da soja, do arroz e do trigo, o milho só foi introduzido na dieta do europeu à partir do século XVI. Antes disso, nenhuma espiguinha, nada de pipoca, cuscuz, só de trigo. O milho é o fruto de milhares de anos de seleção artificial realizada, em maior parte, por povos nativos americanos, praticamente um símbolo do Novo Mundo.
No desenho, o milho é cultivado nas dimensões “da Terra” e “de Mewni”, dando a entender que a planta migrou de uma para a outra, juntamente com os primeiros colonos. MAS… Isso implicaria em dizer que o povo de Mewni é humano como os habitantes da Terra?
E aqui vem um ponto: Provavelmente, não. Os Mewnianos têm algumas habilidades não exibidas pelos terrícolas (ainda que você considere que a “Terra” do desenho segue Leis Físicas diferentes das nossas). Provavelmente, são o resultado de alguns séculos de hibridização com os chamados monstros, que poderiam ser chamados “mewnianos nativos”. Star e sua mãe podem assumir a forma de borboletas gigantes, uma criança plebeia rosna com uma boca redonda cercada de dentes pontiagudos, a distribuição de pêlos corporais quando alguns personagens ficam sem roupas (sim, tem disso. Não, isso não incomodou o Malafaia…). Está ocorrendo um processo de hibridização e de especiação nos mewnianos. Talvez eles não possam mais ser chamados humanos. Se é que algum dia foram, nada, além do milho, garante que eles vieram da Terra.
O milho também é um símbolo de tudo que os mewnianos podem ter e os monstros não. Serve para iniciar uma discussão sobre racismo fantástico que você pode ver aqui.
Magia
Maquiavel, talvez em sua frase mais famosa, garantia que a realeza deve ser amada e temida. Não podendo garantir ambos, temido é mais seguro que amado. O grupo de colonos que chegou a Mewni trazendo as primeiras sementes de milho foi agraciado com uma varinha, símbolo do poder real, e forma pela qual a realeza tem contato com a magia. Aqui vou usar a máxima de outro italiano, Galileu, e apenas “medir o que puder ser medido, contar o que pode ser contado e tornar mensurável o que ainda não é”. Não achei textos de apoio para as observações que tive, portanto tenho que fazer a ressalva que eu observei que:
  • Qualquer um que possua a varinha é capaz de conjurar magia, e esse é o principal motivo pelo qual a família Butterfly (que, aliás, é matriarcal) faz tudo que puder para mantê-la longe do alcance de outras pessoas.
  • Há um pequeno ritual para selecionar o efeito que a varinha exibirá, que consiste em um componente verbal e outro gestual. Uma vez selecionada a magia, parece ser suficiente pensar nela e apontar a varinha para que ela se repita.
  • Há diversos efeitos especiais para magias de dano, mas, aparentemente, todas elas causam atordoamento e pequenas contusões, não sendo possível conjurar uma magia da varinha para matar um inimigo em um único disparo, como se fosse um tiro.
  • Aliás, deve haver alguma espécie de código de honra entre os guerreiros de Mewni: Apenas a moralidade (e o fato de que o desenho é feito para crianças) permite compreender porque, uma vez que os inimigos são derrotados, devem admitir sua derrota e fugir, sem o risco de serem capturados, sem finalizações, sem pilhagens: Se todos caíram, devem levantar e voltar para a casa.
  • Star não tem interesse em dominar magia. Apesar de saber a importância do livro que acompanha a varinha, entrega o artefato como pagamento de uma aposta. Seu tutor é invocado pelo habitante da Terra quando ele precisa de ajuda e só não vai embora de forma definitiva porque decide não fazer isso.
  • Após alguns anos (aparentemente, um período de 14 anos, mas é possível que seja necessário apenas estar de posse da varinha ao passar pela mewberdade), o usuário de magia pode abrir mão da varinha e conjurar sem seu auxílio.
  • Há um minúsculo unicórnio vivendo na varinha. Sua vida depende de recargas constantes, e, aparentemente, ele exerce alguma função na conjuração de magias. Esse unicórnio pode ser exterminado com um feitiço, pode morrer de fome e pode enlouquecer. Ele é fluente em italiano, por algum motivo bem difícil de deduzir.
  • Ainda sobre o interior da varinha: Há, pelo menos duas seções de contínuo espaço-temporais diferentes que podem ser acessadas por ela: a “dimensão” em que o unicórnio vive e uma “dimensão” chamada apenas de “dentro da varinha”, moldada conforme novas memórias são acrescentadas ao objeto ou a seu usuário.
  • O livro que acompanha a varinha contém registros feitos por usuários anteriores sobre as possibilidades de usos do artefato. É possível espionar alguém, criar algumas espécies de golens, conjurar objetos, mover objetos, levitar, fazer fogo, etc. Alguns efeitos comuns da ficção, como curar doentes e feridos, apagar memórias, ressuscitar mortos, criar mortos-vivos, abrir portais dimensionais, criar um abrigo, etc. não parecem ser possíveis com a magia da varinha.
  • Também aparentemente, o dano causado pela magia em objetos pode ser revertido. Embora não apareça como isso é feito, é notável que as construções, objetos e veículos destruídos com magia retornam ao estado de novos (como pode ser verificado no episódio da estátua do gambá). Danos indiretos, por outro lado, podem ser mais difíceis de reverter, ou a Star não sabe como fazer isso.
Encurtando, até que é uma saga legal para acompanhar sem ficar entediado enquanto alguma criança assiste TV. Há algumas ideias estranhas, como o episódio em que Marco Dias envelhece 16 anos e volta ao seu corpo de 14, tendo agora, uma cabeça de 30 em um corpo de adolescente (meio que o oposto do que a gente vê nas ruas por aí…), coisa que também acontece com bebês, que, nesse caso, voltam para corpos incapazes de falar. Uma tortura, de qualquer forma. Ou a loucura por poder que leva à retomada do trono de Mewni, e, indiretamente, leva a protagonista a tentar a mesma estratégia que um dos vilões, pelos mesmos motivos que ele usava. Há, também, algumas ideias interessantes, como as viagens interdimensionais sendo feitas por meio de tesouras, ou as diferentes formas de passagem e medida do Espaço-Tempo, uma separação entre o que seriam planos de existência dentro de um mesmo universo e os diversos multiversos, cada qual com seus planos de existência, as analogias entre o universo fantástico e o real, embora eu realmente deva ter entendido errado a relação entre o universo da magia e os efeitos da maconha, e o misterioso final do episódio da varinha bananágica. Dá para lamentar que a maioria das subtramas passará despercebida pelo público-alvo, apesar de que tudo leva a crer que, sim, a intenção era essa: Você vê o que está preparado para ver. E talvez esse seja o toque de “magia” que o estúdio se propõe a colocar nas suas obras.

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Imagine se existissem pelo menos 900 gays para cada homofóbico. Observando a fundo, você perceberia que a maioria não é gay de verdade, mas se declara assim e age como se fosse, inclusive se ofendendo quando fazem piada com outro gay. Agora imagine que, ao invés de gays, o homofóbico tivesse prejuízos por conta de seu comportamento: Oportunidades de serviço lhe seriam negadas, pessoas recusariam-se a admitir que o conhecem, a polícia tratar-lhe-ia como um terrorista em potencial.
Agora acrescente que os gays desse mundo imaginário reunem-se pelo menos uma vez por semana, trocando contatos e organizando-se: O político gay aprova leis que os policiais gays fazem questão de cumprir e os juízes, promotores e advogados gays compartilham de uma moralidade comum, por conta dessas reuniões semanais. Não apenas isso, mas os principais políticos da atualidade surfam numa onda delirante de baitolice desvairada.
Ainda existiriam homofóbicos soltos por aí depois de algum tempo?
Agora substitua "gay" por "cristão" e você perceberá o quão ridícula é a ideia de cristofobia no Brasil.

domingo, 5 de julho de 2020

Lista de coisas que eu fazia e perderam a graça por conta de política:
Preocupar-me com a saúde;
Usar roupa amarela;
Beber leite;

terça-feira, 14 de abril de 2020

A cidade de Ashtray, no Estado de Wisconsin poderia entrar para os noticiários por vários motivos em 2018. Um incêndio havia acabado de destruir uma área com mais de 60km² de madeira de reflorestamento, levando junto as expectativas de transformar as antigas instalações da ferrovia em algo lucrativo. A cidade também não ficou famosa, mesmo tendo sido esquecida na última contagem de municípios, o fato de ter perdido mais de 50% de sua população desde 2013, o fechamento de indústrias e a explosão da violência em um período relativamente próspero para o resto do país também não parecia chamar a atenção das pessoas. 138.446 pessoas viviam na cidade às 20:30 horas do dia 13 de junho de 2018. Era uma noite de lua nova, com céu claro, apesar do clima normalmente frio, os últimos raios de Sol ainda insistiam em contemplar o trabalho feito em deixar a cidade agradavelmente aquecida.
Joesnne McArty, uma enfermeira de 25 anos, divorciada, com uma filha, duas prestações da hipoteca atrasadas sentia-se meio ridícula em seu velho maiô de natação. Tentava conformar-se com o fato de poucas pessoas ainda caberem nas roupas que usavam no ensino médio. A lembrança de ser chamada de “Josie Gorda” não a fez sentir-se melhor. Mas ela era boa em natação. Sentia-se bem na piscina, e, após a audiência de conciliação e dois plantões exaustivos, precisava fazer algo por si mesma. Há um motivo para que os habitantes de Ashtray saibam de todos esses detalhes. E é estranho que o resto do mundo não.
Joesnne acabara de sair da piscina coberta do clube parcialmente vazio, quando um assaltante invadiu o local, em intensa troca de tiros com policiais. Um helicóptero havia sido acionado. O meliante tinha uma submetralhadora Uzzi e, por algum motivo, uma Barret REC7. Não sobrou uma única bala em seus pentes. Os policiais esvaziaram os pentes de suas pistolas 9mm, mas, tanto policiais quanto assaltante morreram com a queda do helicóptero sobre a piscina. A enfermeira nada sofreu. Estudos médicos posteriores revelaram que a estrutura molecular de sua pele tornava-se extremamente rígida caso ela estivesse nua ou usando roupas que considerava vergonhosas, mas retornava ao normal quando ela não sentia esse desconforto, embora a causa desse fenômeno permaneça desconhecida. Joesnne foi esfaqueada na saída de um caixa eletrônico em 2019. O nome e destino de sua filha permanecem incógnitos.
A história de Joesnne repercutiu pela cidade. Atualmente, há um temor especial com relação a criminosos que abordem suas vítimas usando trajes de banho, uniformes de “lucha libre”, ou fantasias das mais variadas. Alguns fazem isso para que acreditem que são à prova de balas. Outros, mais perigosos, agem como se eles mesmos se considerassem à prova de balas. A polícia tenta acalmar a população, demonstrando que a maioria não é, mas falhas de pontaria só deixaram as pessoas mais apavoradas.
Às 13:42 de 04 de Fevereiro de 2020 aconteceu novamente. Harold D. S. Blackman, um ex-combatente da guerra do Golfo faleceu vítima de um ataque cardíaco. Sua herança, que consistia em uma pequena loja de bugingangas, um Cadillac Eldorado 1997 e três cadelas que ele alegava serem de raça pura, embora não especificasse qual, além de um enorme estoque de garrafas de uísque e comprimidos antipsicóticos, foram distribuídos de forma semi-igualitária entre seu irmão, um funcionário da loja e o abrigo de animais local antes de sua cremação.
Ao baixar-se a porta do forno, seu caixão, roupas, e uma história em quadrinhos alegadamente autografada por Mark Hamill foram vistos pela última vez. Harold, entretanto, seria avistado por diversas testemunhas correndo nu pelas ruas da cidade entre 17:27 e 19:02 do dia 06 de Fevereiro, fazendo o caminho entre as congelantes margens do Lago Verde, onde suas cinzas foram deixadas, e sua loja. Um cadáver com suas feições e impressões digitais deu entrada como indigente, vítima de quatro balas perdidas às 22:00 do mesmo dia. Seus órgãos foram doados e o restante enterrado em vala comum. Segundo seu irmão, de uma vez por todas.
Um vírus potencialmente letal varre o território americano nesse momento. As fronteiras intermunicipais estão vigiadas. Embora não exista nenhum caso da infecção na cidade, é impossível entrar ou sair da cidade sem uma comprovação documental da necessidade do deslocamento. O prefeito impôs toque de recolher, mas não foi obedecido.