terça-feira, 4 de setembro de 2018

Ah, gosto...

Agosto é mesmo um mês agourento. Mesmo quando nada dá errado, só a ameaça das coisas que podem dar já me deixaram mais ocupado do que eu gostaria de estar. Pelo menos, trinta dias não são três anos. E, num raro momento de relaxamento, gostaria de manter salva essa resenha de restaurante (porque, sério, posso precisar lembrar disso!).

Acredito que, ao envelhecer, nosso conceito de dia feliz vai mudando: ao invés de esperar por algo excepcionalmente bom, ficamos felizes com as pequenas tragédias que evitamos: Um dia em que se evita uma doença, quando alguém querido não morre, quando não roubam seu carro. Dentro dessa perspectiva, todos os dias de minha vida ficaram mais felizes, porque neles eu não preciso almoçar no "estação gourmet".

Acho que é só isso. A carne estava fria, a salada sem tempero, a beterraba borrachuda, as batatas fritas (crocantes, pelo menos isso...), sem sal, nem aderência ao sal posto "a posteriori", e o arroz temperado, feito de modo que parece terem jogado um ovo para cozinhar junto. O chá de abacaxi, qualquer dia vai me fazer perguntar a um suicida se ele já tomou. Em caso negativo, vou dizer que ele ainda não tem tantos motivos assim para pôr fim à vida, já que não fez todas as besteiras que podia...