sexta-feira, 27 de abril de 2012

Tenho adiado um tanto a seção "carros que dirigi", por outro nobre motivo: Não acho que os (3)leitores regulares do blog gostem tanto de ler sobre carros quanto eu. Se gostassem, procurariam blogs que falam do assunto, como o AutoEntusiastas.
Mas o fato é que gostaria de falar sobre isso aqui. Peço paciência, mas é isso, ou não escrever nada, já que há leis proibindo-me de falar de outros assuntos de maior relevância no momento (como violência escolar), e há irrelevâncias das quais até gostaria de falar, mas faltam-me o tato e o tempo para dizer algo sobre, sei lá, o fim do BBB ou o acidente do filho do cantor famoso.
Um dos carros que dirigi foi o Classic (antes Corsa classic, antes ainda corsa sedã). Embora o Chevette tenha continuado sua existência com o nome Kadett, o classic pode ser considerado "sucessor espiritual" do pequeno sedã de "baixo" custo. Baixo entre aspas, por que pagar mais de 20 mil num carro não pode ser considerado pouco. Somados os impostos e as facadas da concessionária em cada revisão, chega-se à conclusão que não existem carros que seja baratos e novos ao mesmo tempo no Brasil. Nunca existiram, na verdade.
Gostei de algumas coisas no carrinho minúsculo: O consumo, por ser um carro à álcool (não era flex) com um desempenho não muito xoxo, pareceu-me beber pouco. Para isso a ajuda do conta-giros foi fundamental: É possível observar o estado do motor, quanto "fôlego" ele tem antes de cada troca de marchas, ou se a rotação já está fora da faixa mais econômica. Pode-se ir trocando as marchas em uma ampla gama de rotações, privilegiando conforto, economia ou desempenho, conforme a situação. Destaco ainda a vocação urbana, com as dimensões exíguas, minúsculas, enxutas, ridiculamente pequenas (MAS QUE M#@$@ DE CARRO APERTADO!!!) e ótima visibilidade.
Há que se dizer que o banco traseiro acomoda melhor que o do Ecosport. Mas na frente, principalmente para quem dirige, a sensação é que ou suas pernas ou o espaço para elas foram mal projetados. Como uso as pernas há mais tempo que o carro, e essa foi a primeira vez que notei alguma falha, credito isso ao espaço para elas no carrinho. Se o banco está bem ajustado ao volante, elas incomodam. Se ajustar o banco procurando uma boa posição para as pernas, elas ainda permanecem tortas, o espaço para o banco traseiro some e não se alcança nem o volante, nem os demais comandos (e, sinceramente, sem os pedais!) como se deve. Nada que seja o fim do mundo, entretanto. O acabamento é pouco caprichado, feito em materiais pobres, mas ainda muito melhor do que seria aceitável. Mecânica e suspensões na média dos dias atuais, o que é bastante seguro. A direção não era hidráulica, e era mais pesada que a de um Opala nas mesmas condições (natural, o Classic tem tração dianteira e isso deixa a direção mais pesada) Um volante pouco maior ajudaria, e já que trocou o volante, um de empunhadura mais fina estaria mais ao meu gosto.
Uesi o porta-malas, mas nem de longe em sua capacidade máxima. Posso dizer que para mim, ele funcionou mais de tudo como uma espécie de aerofólio gigante. De qualquer modo, há uma ressalva: O banco traseiro, que nas primeiras versões baixava para aumentar a capacidade de carga, agora é aparafusado. Tenho medo de pensar onde mais a GM fez essas economias porcas.
No geral, foi uma experiência divertida, e, comparando com os concorrentes, principalmente com o Celta, seria uma opção a considerar caso fosse comprar um carro hoje...
Uma imagem aleatória. Depois coloco a foto do carro.